É chegado o
1º de Maio, data que simboliza e consagra a histórica luta da classe
trabalhadora por direitos e pela sua emancipação. Não se trata de um dia
festivo, de shows e sorteios de carros, como determinadas centrais sindicais
pretenderam transformá-lo nos últimos tempos. Pelo contrário, essa é uma
oportunidade para fazer avançar a unidade entre aqueles que ocupam as ruas para
demonstrar que a classe trabalhadora e a juventude não tolerarão mais retiradas
de direitos e criminalização das lutas.
Definitivamente,
não há o que ser comemorado em termos de ganhos para a classe trabalhadora nesse
ano de 2016, o que aumenta nossa certeza de que há muita luta pela frente. As
conquistas históricas de direitos sociais e trabalhistas, conseguidos com
árduas lutas protagonizadas pela classe trabalhadora sob o “Estado Democrático
de Direito” - manto sob o qual se esconde a ditadura velada da burguesia -
estão sendo duramente atacados pelo avanço da implantação de medidas neoliberais,
como expressado pelo atual ajuste fiscal. A situação é ainda mais dramática
tendo-se em conta o crescente conservadorismo que ora se irradia pela
sociedade.
O ano se iniciou
com a edição da Lei 13.255, que acarreta duros cortes aos direitos dos trabalhadores
e também à justiça do trabalho, que perdeu a metade da verba destinada a suprir
seus custos. Inúmeros ajustes econômicos ou já foram ou estão prestes a serem feitos,
como uma maior flexibilização das leis trabalhistas, a prevalência do acordado
sobre o legislado, a reforma da previdência social com vistas a aumentar o
tempo de contribuição para a aposentadoria e a expansão do trabalho
terceirizado/precarizado no setor público. Sistemáticas ofensivas aos direitos
sociais da classe trabalhadora não podem passar sem uma resposta adequada, pois
o que está em jogo são nossas condições de sobrevivência.
Nos últimos 14
anos os governos petistas colocaram em prática seu pacto de colaboração de
classes que, com a crise econômica, atingiu seu esgotamento. E agora que sua
estratégia de governo não é mais interessante aos olhos do grande capital, os governistas
esforçam-se para recuperar o apoio da classe trabalhadora, tentando vender a ideia
de que foram grandes os avanços sociais “conquistados” nos últimos tempos. A
verdade, contudo, é que o governo aprofundou reformas pró-mercado, retirou
direitos e quis tentar confundir “cidadania” com acesso restrito ao consumo.
Políticas focalizadas de compensação social não foram nem de longe suficientes
para mudar a dura realidade da população: guerra contra os pobres,
desmantelamento dos serviços públicos, remoções, caos urbano, violência no
campo, etc. Que democracia é essa que o PT e seus aliados nos convocam a
defender?
Por outro
lado, para conter o avanço do processo de impeachment, o governo não mediu esforços para atender às novas exigências dos
setores mais conservadores da política brasileira. Isso significou intensificar
o arrocho que já era praticado sobre a classe trabalhadora. O governo Dilma é
indefensável! Contudo, em que pese todos os esforços do governo, o impeachment
avança no Senado, e não temos dúvidas de que, caso ele seja aprovado, o que
virá adiante será um cenário ainda mais duro de cortes de direito e
criminalizações. Nesse momento, a defesa das mínimas conquistas democráticas
obtidas pela classe trabalhadora - sujeitas ao retrocesso - deve estar
presente nas ruas. É necessário nos posicionarmos contra o golpe de governo
operado por Temer, Cunha e demais agentes podres da elite brasileira.
Os governos
petistas não estiveram ao lado dos trabalhadores e tampouco poderá estar o
possível governo oriundo do golpe, com claras intenções de fazer avançar o
ajuste fiscal. O discurso de retomada do crescimento e restauração da
normalidade, nada mais significa para nós que o agravamento de péssimas
condições de vida. Isso se traduz em dificultar o acesso à saúde e à educação
públicas e gratuitas, na efetivação de diretrizes políticas conservadoras, que
só poderá resultar em mais violência às mulheres, a negras e negros, indígenas,
homossexuais, trabalhadores do campo, determinados grupos religiosos, etc.
Portanto, não podemos
apoiar nosso próprio algoz quando ele se vê ameaçado, e muito menos esquecer de
que quem o ameaça neste momento não é, em hipótese alguma, nosso aliado. A polarização
cada vez mais acirrada entre governo e oposição coloca na ordem do dia a
necessidade da criação de uma frente de esquerda capaz de elaborar estratégias
de luta contra as ofensivas do capital aos direitos dos trabalhadores.
Como parte da construção de uma frente de esquerda presente nas ruas, no Rio de Janeiro, o COLETIVO MARXISTA se soma a demais organizações políticas e convoca sua militância, trabalhador@s e jovens para a manifestação no Parque Madureira, às 15h deste domingo, para entoarmos nossas vozes contra os ajustes fiscais, contra o impeachment e em apoio à luta d@s servidor@s estaduais!
PRIMEIRO DE
MAIO, DIA DE LUTA! A SAÍDA É PELA ESQUERDA!
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